1º Portal
2º Portal
Faltava
pouco mais de uma hora para a abertura do Portal em Mértola quando nos
encontramos. Enquanto aguardava o chamado dos nossos mentores, eu e a minha
companheira começamos a conversar sobre o nosso cotidiano e a rotina “meio
maluca” que levamos nas nossas vidas. Não é fácil não. Ainda mais depois da
tarefa de abrir os Portais. Sempre acontece alguma coisa para impedir a nossa
focalização nos trabalhos. Mas, sempre conseguimos superar estes obstáculos. E
tudo acaba bem.
Todas as aberturas de Portais feitas
até agora tem sido feita em duas fases. A primeira é a cerimônia de abertura
porque tem convidados “especiais” que nunca sabemos quem são ou quem vem.
Ficamos sabendo disso quando chegamos lá. A segunda fase é a ativação do Portal
que ocorre sempre à meia-noite no local do evento. A importância da cerimônia
de abertura é devido ao recebimento das doações enviados para os
Portais. Os cálices de Luz vêm com a assinatura dos próprios trabalhadores que
fizeram a doação e isto é mencionado diante da assembleia reunida ali.
Em seguida essas energias são distribuídas
e entregues para os seres responsáveis pelos serviços de cura nos trabalhos de
socorro. Parte da Luz que vai ser utilizada na abertura do Portal é espalhada
em torno da área onde surgirá o vórtice de energias. É uma espécie de forração
de tapete. O local fica todo iluminado, como se uma radiação estivesse brotando
do solo. No caso deste Portal Cristal, o rio ficou resplandecente com a cor
branco-azulada irradiando a beleza da noite de lua crescente.
Assim que recebemos o aviso para estar
no local, nos deslocamos para lá imediatamente. Ao chegar comentei com minha
parceira:
- Sinceramente, não sei como será este
Portal, pois não me falaram nada. Acho que vamos ter outra surpresa hoje.
- Será?
- Sim. Senão saberíamos. Pediram
apenas para aguardarmos e ficar em prontidão.
- Bem, estamos a postos!
Flutuamos sobre a muralha de Mértola e
prosseguimos no curso do rio até pedirem para ficarmos sobre o rio.
Pousamos nossos pés sobre a superfície deliciosa das águas daquele imenso rio e
mantivemos nossas mãos unidas um no outro. O silêncio entre nós permaneceu, até
que o céu começou a resplandecer de uma luz dourada. Era uma visão igual ao
alvorecer, quando os raios do sol inunda a Terra.
O banho de luz dava uma sensação de
leveza e nossos corações começavam a pulsar num ritmo suave, harmonioso. Dois
corações tornavam-se um. Batendo em compasso com as ondas de luz que desciam do
céu.
Instante depois, um facho de luz de cor pérola começou a descer na
vertical vindo diretamente de um ponto bem acima de nós dois. Atravessou nossos
corpos e assim que tocou as águas do rio espalhou-se em forma de ondas
concêntricas até atingir os paredões nas margens do rio. Em seguida subiu e
começou a se transformar numa imensa bolha transparente envolvendo-nos.
Parecia uma cúpula de vidro toda iluminada
de branco. Quando a abóboda chocou com o facho de luz que vinha do céu,
formou-se um redemoinho e sua força energética ampliou os feixes luminosos que
desciam sobre nós, entrando até pelos nossos chackras coronários. Na altura do
coração, o vórtice estacionou e começou a girar mais lentamente impulsionando
através dos nossos corações, novas ondas parecidas com anéis, que prosseguiam
horizontalmente para fora da cúpula.
Os anéis avançavam sobre a superfície
dos terrenos em nossa volta e iniciaram uma viagem majestosa por todo o
planeta. Sempre pulsando num ritmo amoroso e cadenciado. Até este momento,
ainda não tinha entendido nada do que estava acontecendo. Permanecemos unidos
da mesma forma dos outros Portais, apenas que nossas mãos permaneciam unidas,
palmas sobre palmas, abertas.
Intuitivamente levantei meus olhos, e
vi.
- Nossa! – exclamei.
- O que foi?!
- Olhe para cima...
No espaço sobre a cúpula transparente
formando uma grande arena, havia inúmeros seres cujas luzes resplandeciam com seus
corpos numa brancura que ofuscava a visão. Aos poucos, fomos percebendo que
havia diversos círculos de fileiras que iam sumindo na distância e
interpenetrando-se umas nas outras. Ao reconhecer aquelas presenças divinas,
compreendi o propósito daquele momento. Eram todos eles, os Eus Superiores das
almas encarnadas na Terra. Bilhões de seres iluminados. Deuses e Deusas que
devem ser reverenciados como nossos Mestres Interiores, conhecidos também como
os Anjos Internos de todos nós.
Neste instante procurei olhar para os
feixes de luzes que nos inundavam naquele momento, pois eram raios brancos e
faziam toda a bolha brilhar intensamente. Um ser de mais de 3 metros estava
junto aos feixes usando as duas mãos como se estivesse puxando para baixo
aquela cachoeira de luz. Suas asas moviam suavemente conforme suas mãos se
mexiam. Aquele olhar se desviou do que estava fazendo e se dirigiu para nós
dois. A sensação de paz foi tão profunda ao mesmo tempo, em que uma emoção
indescritível tomou conta de nós. Apenas um sentir e nada mais.
- Que a Paz do Pai esteja convosco,
meus amados! A Humanidade, hoje, recebe a graça do cumprimento da promessa do
nosso Deus Criador de trazer as Suas crianças de volta para Casa! Divulguem
este momento.
Olhei firme para a minha parceira e
sussurrei:
- É o Arcanjo Gabriel.
Instantes depois, os vórtices
começaram a acelerar e a vibrar intensamente. Ao olhar para a fonte de onde vinha
tamanha força, senti uma alegria intensa quando vi os fachos de Luz emanados por todos aqueles seres radiantes. De suas mãos começaram a descer luz
sobre a cúpula e novos anéis começaram a fluir e atravessar a redoma de “vidro”,
pulsando num ritmo mais veloz em círculos cada vez mais longos. Era visível o
Poder destas emanações dirigidas potencialmente para cada ser encarnado neste
Planeta.
Algum tempo depois, tudo terminou.
Ainda segurando as mãos da minha companheira, pedi para ela subir comigo até o
espaço, donde poderíamos ter uma visão do que estava acontecendo naquele
momento. A Terra estava coberta por feixes de luzes brancos com se alguém
tivesse jogado uma pedra no meio de um lago. As marolas iam se estendendo por
todo o planeta, envolvendo-a numa camada de luz, como se Gaia naquele momento
estivesse usando um manto branco sobre o seu corpo.
Ao final, extasiado, aviso minha
companheira que era hora de voltarmos para o nosso corpo físico. Mergulhamos em
direção à Terra e aterrissamos em nossos corpos.
Saudações da Luz!
Paz na Terra!
Shima
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