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Larito e Ariel, um casal apaixonado. |
NÓS TE AMAMOS!
Era
junho de 2016.
Havíamos
acabado de chegar à cidade de Barra do Garças, MT. A casa onde passamos a morar
foi alugada no Bairro BNH enquanto ainda estávamos em Águas Lindas de Goiás,
aguardando a concessão da licença não remunerada do serviço público.
A
licença saiu no dia 15/06, partimos na manhã seguinte para a cidade de Mato
Grosso. E assim, começou uma linda história, de amor, companheirismo, lealdade
e doação que jamais podíamos imaginar que viria com aquela mudança. Logo que nos instalamos
recebemos a recomendação da minha mentora, a mestra Nada:
-
Filhos, vão e procurem 3 gatos. Lembrem-se devem adotar 3 gatos, compreendem?
Sem
entendermos as razões desta que foi uma das primeiras instruções, iniciamos a
busca pelos gatinhos. Encontramos um abrigo que fica lá no centro da cidade, lá fomos. A proprietária que havia atendido a ligação da Corujinha nos deu o
endereço e comentou que tinha em seu abrigo muitos gatos para adoção.
Um
momento de muita emoção foi quando a Corujinha se encantou com uma gatinha bem
pequena, preta e... só com um olho. O outro havia sido extirpado. A gatinha,
assim que a Corujinha se aproximou, se encantou. Os outros dois gatinhos já
haviam sido escolhidos. Mas a Corujinha se apaixonou à primeira vista pela
pequenina Ariel (este era o nome dela).
Assisti
os primeiros momentos. As duas não tiravam os olhos uma da outra. Era como
se a pequena gatinha estivesse pedindo para a Corujinha levá-la. Ou sentindo tanto amor que não conseguia se afastar da Corujinha, já se
apegando no primeiro momento.
A
Corujinha olhou para mim, olhou para a pequena Ariel e depois novamente para
mim, com aquele olhar questionador... amoroso... tão meigo... Diante
daquele sorriso, disse:
- Se é
ela que quer, amore, pode levar!
Com a
pequena Ariel no colo, vi lágrimas de felicidade nos olhos da Corujinha.
Retornamos para o BNH com os 3 gatinhos.
Foram
dias de muitas alegrias naquela casa no BNH.
Víamos esta pequena gatinha crescer,
se revelando uma linda massagista. Gostava de massagear o nosso corpo, sabia
onde doía e começava a massagear com suas suaves patinhas... Logo após espetava suas
afiadas unhas, como agulhas. Surpresos, descobrimos que ela fazia “acupuntura”,
pois surtia efeitos maravilhosos. Aliviando todas as dores do corpo.
Dormir
aos pés ou ao lado da Corujinha tornou-se um hábito, como um ritual. E durante o
dia, em qualquer lugar da casa onde a Corujinha fosse, lá estava a pequena
Ariel ao seu lado. Uma sentia a falta da outra. Era divertido ver a Corujinha
cantar o nome dela e ela atender, vindo correndo toda feliz... para se aninhar nas pernas
da Corujinha.
Meses se
passaram... e mudamos para outra casa no mesmo bairro, apenas cinco quarteirões
da antiga casa. Percebemos que a Ariel sentiu falta do quintal onde tinha
muita terra, diferente do quintal de agora que era todo cimentado. Nossa pequenina gostava de rolar na
terra, na areia, no jardim.... de ficar embaixo das plantas no muro da
frente.
Compramos
vasos e começamos a plantar. Fiz as caixas de areia para as necessidades dos
gatinhos. Dois guerreiros e uma sacerdotisa. Batman, Robin e Mulher Gato, como a Re gostava de brincar... Era a Ariel que orientava sobre a proteção
da casa, instruindo o Larito e o Charles na segurança e vigilância. Sempre
foi assim na antiga casa. Continuou depois que mudamos.
No
começo, mesmo com todo nosso cuidado, telas e cercas ao redor, a Ariel arrumava um
jeitinho e saía para explorar as ruas em volta da casa... A Corujinha saía
correndo atrás dela e eu atrás, não importasse as horas que fossem mesmo durante a madrugada, mas poucos
dias depois dificilmente saia à rua. Ficava dentro de casa ou no quintal. Era
a sua rotina.
A Tragédia e o choque
Aliás,
anteontem (véspera da comemoração do nosso primeiro ano em Barra do Garças) o
comandante Ashtar se manifestou e pediu-me para fazer uma limpeza especial no NA pois teríamos
uma visita importante no dia seguinte, ao meio dia. E na manhã
seguinte comecei a faxina.
Mas acabei me esquecendo de trocar a areia
do “banheiro” da Ariel, foi um dia com a agenda cheia mesmo no feriado... e à noite a Corujinha
tinha o Evangelho no Lar.
Talvez
por cansaço, por acomodação, esqueci-me deste detalhe: trocar a areia.
Ontem,
tarde da noite enquanto fazia uma revisão num dos artigos do blog Caminhando
com o Mestre, a Corujinha veio assustada e me chamou, pois tinha acordado ouvindo assobios estranhos na rua e ficou preocupada. Era como se uma pessoa
estivesse chamando a outra para não levantar suspeitas.
A
Corujinha preocupada me pediu para tomar cuidado e saí para verificar o
que estava ocorrendo. Deixei a Corujinha dentro de casa e fui para a garagem investigar
o que poderia ser. Olhei ao redor e não vi ninguém.
A nossa garagem é cercada por
grades, como a casa é de esquina temos a visão da rua da frente e da avenida que passa
na lateral. Não se via ninguém a centenas de metros.
Quando iria voltar para dentro depois de constatar que estranhamente não se via
ninguém, mesmo não tendo demorado para atender ao alerta da Corujinha, me virei... e neste instante meus olhos enxergaram uma mancha preta estendida no meio da
rua.
Gelei... Meu Deus!!! Não!!!!
Olhei
firmemente pois não queria acreditar no que estava vendo. Não
era possível!!!
Fui
correndo para dentro de casa pegar a chave do portão da garagem. Estava
tremendo... estava em choque ao mesmo tempo... temia o pior!
Abri o
portão e sai desesperado para o meio da rua... e, quando vi... cai de
joelhos.... o desespero tomou conta de mim... as lágrimas começaram a inundar o
meu rosto... era a Ariel.
Um
grito soou dentro da minha alma. Tentei reanimá-la, tocando-a levemente com todo cuidado... Não respirava... olhei seus olhos... não tinha mais vida... estava com a boquinha semiaberta, a língua virada para dentro...
Apalpei-a
com cuidado... não tinha ossos quebrados... não havia sangue... não havia marca
de mordida... nada.... o que tinha acontecido???
Apenas
um rastro molhado... de dois metros... ela tinha se arrastado... pois
encontrei-a virada na direção da nossa casa... Sim, nossa menina, tentou chegar
em casa, não conseguiu... ficou estendida no meio da rua...
Depois
percebi que ela tinha ido fazer suas necessidades... a terra do lado da calçada
do outro lado da rua estava remexida... do mesmo jeito que ela fazia quando
terminava, tinha as marcas da sua patinha... Estava cansado e em BG faz muito calor, esqueci a porta da sala entreaberta enquanto a Corujinha dormia, ela não viu nada, mas seu coração sentiu, já era de madrugada, mais de 2h da manhã.
Mas por
que a cinco metros de onde a encontrei?
Foi
então que comecei a apalpar o corpo todo da Ariel e senti... ela tinha sofrido
hemorragia interna.... provavelmente em consequência de um chute. Um chute de
alguém... alguém a havia chutado logo depois que acabou de evacuar e se
preparava para retornar para casa...
Olhei o
local da pancada... não tive mais dúvidas... a maldade foi imensa...
Foi
chutada e jogada a cinco metros... caiu... tentou se levantar... no local dava
para ver, pois tinha também um pouco de terra e a marca das patinhas dela,
na tentativa de se levantar... não conseguiu, começou a rastejar....
Rastejou,
não deu um grito sequer, não miou... nada... rastejou por dois metros e
parou... não se mexeu mais... seu único olhinho não tinha mais aquele brilho
inocente quando a encontrei...
Por
quê??? Por que fizeram isso com você minha pequena Ariel???
De
manhã, a confirmação, uma criança exclamou “Mataram a gatinha daquela mulher!". Houve uma testemunha, confirmando nosso pior pesadelo.
Entramos
em choque... choramos a noite toda... e choramos ainda mais com esta
confirmação.
Sinto
muito minha pequena Ariel, por ter me esquecido de trocar a areia da sua
caixinha ... Você nunca reclamou... Lembro que a tarde veio até mim, te peguei
no colo e fiquei brincando contigo como se fosse um bebê, a nossa bebêzinha...
Jamais
vou esquecer do teu olhar... de carinho e amor...a nossa última troca de olhar naquela
tarde!
Vai em
paz, filhinha... minha pequena Ariel... nós te amamos hoje e sempre!
Em
amor,
Te
amamos!
Shima e Re.
Larito (seu amor)
e Charles (que adotou como filhinho).
Paz, filha das estrelas!
Barra do Garças, 17 de Junho de 2017.
(*) Durante as recomendações do comandante Ashtar sobre a limpeza no NA, Ele inclusive mencionou um detalhe que acabei deixando de fazer devido à tantas tarefas em andamento e que estão atrasadas e foi dito:
- Providencie também guerreiro, a limpeza e a mudança das caixas de areia do lugar onde estão. Este local aqui, agora representa o TMD e a questão energética deve ser mantida dentro do padrão do propósito divino.
Se esta parte da instrução tivesse sido cumprida no prazo pedido, a pequena Ariel não precisaria ter saído do NA e a tragédia poderia ter sido evitada.
(**) No artigo publicado em 14/02/2017, relatei como conhecemos a Ariel e a história dos outros guardiães que viveram comigo anos atrás. E como eles se foram.
Os Gatos, Meus Guardiães
http://ernesto-shimabuko.blogspot.com.br/2017/02/os-gatos-meus-guardiaes.html
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Da esquerda pra direita: Charles, Ariel (no meio) e Larito. |
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