Durante os meus estudos sobre o Caminho do Guerreiro (Bushidô) encontrei muitos parâmetros sobre a jornada no Japão como um Dekassegui.
Visitei castelos
nas regiões de Chubu, Tokai e Kanto para compreender a vida de um Samurai e sua
relação com o senhor feudal (Daimyô) e dessa forma entender a relação entre a
empresa e seus funcionários.
Foi com
esse pensamento que procurei desenvolver minhas atividades dentro das fábricas
e também a convivência com a comunidade japonesa seguindo este princípio; como
convidado sabia como devia me comportar. O respeito, a reverência e a gratidão
são valores nobres de um Guerreiro e como Dekassegui esse foi o Caminho que
busquei percorrer na minha jornada.
Um país aonde
a espiritualidade é evidenciada através do Xintoísmo e do Budismo, propicia um
aprendizado ímpar em relação ao resto do mundo.
Há uma
tradição milenar, a Nação não nega a sua origem divina e como tal venera o seu
Imperador como representante desta Divindade.
Esse é o mistério
oculto que sustenta todo o povo japonês, mesmo que sua cultura tenha sofrido uma
interferência ocidental em suas raízes primordiais, manteve a consciência
coletiva voltada para a Lei e Ordem Divina. Ao longo do tempo, todas as
culturas sofrem mutações, mas a tradição é algo que se preserva com o passar do
tempo e das gerações. E o Japão é único neste sentido.
Iniciar a
minha busca por respostas sobre as questões espirituais no Japão permitiu-me
seguir por um Caminho com dois percursos, a Jornada do Dekassegui e a Peregrinação
Espiritual.
Com o
conhecimento sobre o Izunomê, da doutrina de Mokiti Okada, foi possível
completar o meu aprendizado com os estudos da ciência sagrada de Djwhal Khul. O
primeiro mostrava como é possível se manifestar no mundo material um Plano
Divino e o segundo ensinava como trilhar o Caminho do Despertar.
O Caminho
é um só, mas há dois percursos e são complementares. É o Izunomê.
IZUNOMÊ
“Um dos
sentimentos fundamentais no nosso desenvolvimento espiritual é o "espírito
do Izunomê", praticado em momentos de extrema pressão e conflitos
pessoais. Sem esse conhecimento seria praticamente impossível avançar na senda
da Luz. O caminho do meio do Budismo estava expresso na forma da cruz do
Izunomê, o ponto de equilíbrio entre a vida espiritual e a vida material.
Compreendi
que a prática do bom senso em todos os aspectos da nossa vida é o meio correto
de se alcançar a paz interior e a harmonia em qualquer relação humana. O ato de
julgar causa conflitos desnecessários, mas a imparcialidade em todas as
questões é uma atitude de bom senso que nos ensina a cultivar a paciência. O
tempo será sempre o melhor remédio para todos os problemas humanos porque a
nossa incapacidade de compreensão e entendimento impede de saber o propósito
que há na experiência de um ser e/ou num evento que acontece neste plano
terreno.
Tanto nas
conquistas materiais quanto nas espirituais há que se ter o ponto de
equilíbrio. A ausência de um ou de outro seria o mesmo que imaginar um pássaro
tentando voar com apenas uma asa. O discernimento se adquire através das
experiências na dualidade deste mundo, cuja sabedoria é saber lidar com
qualquer situação, sem abalar a paz interior. Esse é o ensinamento do Izunomê.”
(Memórias de um Dekassegui)
MEMÓRIAS
DE UM DEKASSEGUI
A jornada de um Dekassegui no Japão é comparável à campanha de um Guerreiro que parte para o campo de batalha.
Deixa a
família, a cidade, os entes queridos e amigos, e, parte para uma missão do
outro lado do mundo.
Carrega
um propósito de voltar em poucos anos com os frutos dessa vitória. Mas a vida é
cheia de incertezas e imprevistos como num campo de batalha e as estratégias
mudam conforme o ambiente em que vai estar.
O
compromisso é o foco que sustenta este guerreiro em sua jornada no
desconhecido. A responsabilidade é não perder a identidade e nem o propósito da
viagem. O desafio é superar todos os obstáculos e não se render ao medo, ao
desespero e nem à escuridão que desvia muitos no caminho. E a missão é vencer e
voltar para casa.
Neste
livro narro a minha jornada no Japão e o desfecho com a Síndrome que abateu
muitos Dekasseguis em seu retorno ao lar.
O
propósito deste livro é desvendar este mistério e mostrar a forma de
reconstruir o elo perdido, unindo o passado com o presente e abrir a
oportunidade de criar um novo futuro.
Com amor
e gratidão,
Shima.
Saiba
mais:
Se quiser
conhecer o Caminho do Dekassegui como Guerreiro, é preciso ler os ensinamentos que
revelei no livro “Voo da Águia – Caminho para o Despertar”, a essência que moldou
esta jornada e a peregrinação que ocorreu comigo no Japão.
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